
Quanta carga de lembranças pode haver dentro de um apartamento vazio? Quantas vidas e histórias se cruzaram por entre os quartos de um hotel? Que sentimentos podem guardar seus interiores? Ausência e presença, memória e esquecimento, pessoalidade e impessoalidade são os conceitos abordados em “Sobre o vazio”, novo trabalho do fotógrafo Alberto Bitar, que abre sua temporada de exposição amanhã, na Associação Fotoativa, e segue até o dia 15 de março.
Utilizando como base a fotografia estática, a série “Sobre o Vazio” é composto por audiovisuais que trazem à tona uma reflexão sobre o tempo, a dispersão da memória e o grau de pessoalidade inerente aos dois ambientes, aparentemente diferentes, mas que trazem consigo histórias de pessoas que viveram nestes lugares ou simplesmente passaram por ali, mas deixaram marcas e rastros.
“‘Sobre o Vazio’ sugere pensar sobre a transitoriedade das coisas e sobre a idea de que lugares e objetos podem trazer a subjetividade de quem os escolheu e/ou os possuiu (mesmo que por um curto espaço de tempo), de como o tempo de coexistência pode, ou não, influenciar nessa percepção e de como esse tempo pode colaborar para a fixação da memória”, conta Alberto.
A exposição, contemplada com o XI Prêmio Marc Ferrez de Fotografia, da Fundação Nacional de Artes (Funarte), é composta por vídeos montados a partir de imagens capturadas no antigo apartamento onde o fotógrafo viveu durante 25 anos com sua família e em quartos de hotéis de Belém.
“O apartamento, que parece impessoal à medida que tem suas imagens captadas com o espaço totalmente desocupado, faz contraponto com o ambiente de quartos de diferentes hotéis recentemente desocupados por seus hóspedes. Independentemente do tempo de permanência, esses lugares podem guardar, nas memórias dessas pessoas, lembranças e saudades de momentos importantes nas suas histórias”, explica o fotógrafo.
Fonte: Diário on Line
Abertura: 22 de fevereiro de 2011
Associação Fotoativa, Pça das Mercês, Comércio, Belém-Pará-Brasil.
